O dia em que acordei mais jovem by Gisele Banin

Meninas, a Gi (cunhada da minha irmã) postou esse texto sensacional (de autoria dela mesma) no face e eu fiquei com muita vontade de compartilhar!! Muitas vezes ela posta uns textos muito inspiradores/tocantes e agora com o blog vocês terão acesso!! :) ... Senti que meu dia começou mais leve e é para isso que o blog surgiu... para dividir as coisas boas com vocês! Espero que sintam esse prazer em ler também!!!

"Faço 37 anos, tecnicamente somente ás 20h00 do dia 28 de novembro, horário que nasci. Mas, acreditem!!! Estou comemorando a juventude, já fui mais velha, muito mais velha, eternamente mais velha.
Próximo as celebrações do meu aniversário ouvi o significado do envelhecer, e percebi que aos 15 anos já tinha vivido o fatídico fim da vida, vejam: “envelhecer é pensar e não perceber as nuances que o dia apresenta, ignorar o canto dos pássaros. É não se deixar encantar por um sorriso, não se comover quando alguém tem algo sincero a dizer. É alienar-se do mundo no mundo, afastar-se da vida em vida... Sentir-se abandonado, Só... No meio da multidão”.
Sinceramente…descordei. Isso eu senti com 15 anos, no auge do meu narcizismo, na preocupação vazia com o mundo e com meu peso e cabelo.

Quado você passa dos 35 uma vida se fecha, é verdade. Fecha os preconceitos da puberdade, das imposicões sociais, das necessidades de se seguirem padrões estabelecidos, de deixar os cabelos longos, lisos e lindos (na verdade nunca tive e nunca dei o devido valor a isso) e você entra numa nova fase, você ganha a liberdade de expressão, a valorizar o que realmente acredita, ouvir mais as pessoas, respeitar a diversidade. E claro!, começa a rolar no chão com seu filho/sobrinho ou neto.

Engana-se que beirando os 40, os temas da juventude me interessam, isso ficou quando eu não sabia nada sobre o mundo, sobre como viver intensamente na Pele que Habito (isso é um tema de filme) e só lia a Capricho. Rsrsrs

O que me interessa hoje é viver de verdade. Curtir (se essa expressão ainda me pertence) o chapéu roxo, eu não quero saber o que as pessoas realmente pensam a meu respeito, quero saber o que elas pensam delas mesmas e o que elas querem viver nesta vida. E essa atitude livre ganhei com a idade, com as pessoas que passaram por mim e deixarem seu resgistro, suas marcas/dores, seus conhecimentos. A impaciência da juventude só me fez perder grande parte da magia do viver. Mas, isso é um segredo que ninguém conta.

Agora ser livre é a minha palavra de ordem, não como expressão de anarquia, mas como expressão de bem viver. Adoro poder ter vários amigos e viver dentro dessa diversidade. Chato seria se todos falassem o mesmo assunto.

Adoro meus amigos negros, o rebolado, o sorriso branco e a facilidade em abraçar. Com meus amigos japoneses, aprendi a fazer aventuras, levar lanche de Sushi. Com os amigos do interior (além do churrasco e da cerveja) aprendi a me orgulhar do que conquistei, e com os de São Paulo que posso qualquer coisa, a qualquer hora. Com os cariocas, que praia não é tudo. Mas, com os Nordestinos, que praia é tudo sim. Rsrsrs

Com os meus amigos homens aprendi o que é lealdade e infelizmente com algumas amigas mulheres o que não é (nem tudo são flores). Aprendi com algumas amigas amantes que elas não são vagabundas, com as traídas que não são desinteressante e com as duas: que ambas sofrem muito e que eu não tenho estômago para passar por essa situação.

Com meus amigos Gays que quanto mais amadurecem, mais auto-confiantes se tornam e suas relações afetivas são mais verdadeias e duradouras. Com as amigas homossexuais que o preconceito é permamente. Com as casadas, que sim, muitas são felizes, mas para isso independencia é fundamental. Com as mães, a trocar fraldas e o verdadeiro significado da palavra solidariedade. Com os emergentes que eles possuem mais do que todo mundo nesta lista, mas envergonham-se pelo que não tem. Com as amigas patricinhas como conseguir as melhores ofertas, hahaha, sim elas também tem seu conhecimento.

Com meus amigos Nerds a fazer download, com os literários onde estão os Sebos, com os estudantes onde comer o melhor Hot Dog fora da lista da Vejinha, com os engenheiros (não, não, não foram eles que me ensinaram sobre medidas, foram os pedreiros..hahaha, vamos esquecer esse exemplo.. hahaha). Com os executivos a fazer planilhas, com as domésticas a usá-las. Com o pessoal do treatro a gritar quando estou tensa e o verdadeiro significado da palavra “Merda”. Nas aulas de violão, o que é uma boa melodia, uma letra elaborada e uma voz ruim. Nossa! Como isso tem de monte por ai fazendo sucesso. Hahaha

Com os amigos da academia que proteína é fundamental, com os de corrida que o joelho desgasta independente da idade, com os de mergulho que subir rápido demais estoura o ouvido e tudo depende da maré e da sorte. Acredite! Na vida também é assim.

Com os desinteressados que nem sempre eles tem real interesse, com os interessados que eles tem atitude, com os intelectuais que ás vezes necessito usar o google hahaha. Com as que não estão no Face, que elas irão me ligar. Com os que estão, vão escrever. Com as noveleiras qual a melhor atriz, com as religiosas que o silêncio vale mais que mil palavras mal ditas (notou o trocadilho?). Com os amigos mais velhos que uma boa conversa (cara-a-cara) é sempre mais honesto em qualquer situação e com as amigas mais novas, que algumas "coisas" se resolvem pelo telefone. Com meus amigos médicos e arquitetos que eles tem coração, mas precisam se alimentar, então: amizade é amizade, negócio e consulta a parte. hahaha

Enfim, que na verdade ninguém é um apanhado de esteriótipos, mas um conjunto de informações e emoções. Assim, no dia que vocês irão me parabenizar. Eu parabenizo vocês, por serem quem são e fazer em mim uma imensa costura.

Obrigada a vocês, por cada um, de alguma forma, fazer parte da minha vida, dos meus 37 anos."

Tenham um excelente dia!
Bjos.,